data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas
A comunidade escolar da Escola Edson Figueiredo se mobilizou, na manhã desta quinta-feira, em apoio à greve do funcionalismo estadual. O protesto também tinha a intenção de explicar os motivos da paralisação. Mais de 200 alunos, com o apoio de professores, funcionários e pais, participaram de uma caminhada.
Cristiane e Everton Banik, pais de um aluno do quarto ano, estiveram no local e falaram sobre os motivos pelos quais apoiam a mobilização estadual.
- Estamos vivendo um momento difícil que mexe com o emocional dos professores. Estamos aqui apoiando a valorização do trabalho deles - disse Cristiane.
A diretora da escola, Cristiane Segalin de Costa, disse que, desde o começo da greve, a instituição tem promovido momentos de conversa com os alunos e a comunidade para que todos entendam o que está acontecendo.
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- A educação pública é um direito de todos. Não é uma luta só dos professores, é de todos nós. Não podemos nos calar diante dos absurdos que estamos vivendo - destacou.
A escola tem 555 alunos do Ensino Fundamental (anos iniciais e finais). Leonardo Carvalho, 14 anos, estudante do 8º ano, acha que estar na rua, ao lado dos professores, é o certo a fazer neste momento:
- A educação é importante, todos nós sabemos, mas ninguém valoriza. Tudo isso que os professores estão sofrendo, também nos prejudica - avalia.
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A GREVE
A greve dos professores estaduais começou em 18 de novembro. Conforme o último levantamento feito pelo Diário, são 28 escolas paralisadas total ou parcialmente em Santa Maria. Na conta do Cpers, são 44 escolas em greve, sendo 16 de modo total e 28, parcial. Outras categorias de servidores aderiram à mobilização. Na cidade, funcionários da saúde também paralisaram.
O professor de geografia da Escola Edson Figueiredo, Jeferson Cavalheiro, que também é representante da escola no Conselho Regional do 2º Núcleo do Cpers, cita alguns pontos centrais do protesto. Entre eles, estão o parcelamento dos salários, a destruição do plano de carreira da categoria, a precarização da merenda escolar e a reorganização do currículo do Ensino Fundamental e Médio, que reduz a carga horária de algumas disciplinas e aumenta a hora-aula de 50 para 60 minutos.
- É o sucateamento da educação pública. Nós estamos conversando com todas as bancadas parlamentares para evitar que esse pacote e todas as mudanças que nos afetam sejam rejeitadas na Assembleia Legislativa, já que o governador não recua - explica.
O governador Eduardo Leite (PSDB) ameaçou descontar a remuneração para servidores paralisados. O Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) pediu uma liminar que impediria o corte do ponto, mas a Procuradoria Geral do Estado (PGE) negou o pedido.
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REFORMA RS
O pacote do governo de Eduardo Leite foi entregue à Assembleia Legislativa e tem um plano com alterações nas carreiras das categorias de servidores, nas aposentadorias e nas contribuições previdenciárias. São mais de 100 novas regras e atingem também funcionários de outros poderes.